1) Será aquele em que você, de uma forma paulatina e
gradual, deverá reeducar (readaptar) as células receptoras da nicotina, a
receberem quantidades cada vez menores dessa substância;
2) Será aquele em que você se deverá desabituar do seu
hábito mental e psicológico de fumar impulsivamente. Pois, uma boa parte dos
cigarros que se fuma, é feita de maneira inconsciente, sem se aperceber,
mediante algum estímulo externo.
Com uma conduta mental atenta, perceptiva, objetiva e
consciente, você erguerá, paulatinamente, o ser livre do vício, através do
caminho inverso daquele que o fez construir o ser dependente.
Ao fumar os primeiros cigarros, o vício não existia; com a
insistência criou-se, pouco a pouco, o condicionamento mental e psicológico,
além da dependência química pela nicotina. À medida que o tempo foi passando, o
vício foi dominando, exigindo quantidades cada vez maiores dessa substância.
A viciação ocorreu no sentido de menor para maior
intensidade de estímulos cerebrais à reposição da nicotina.
Para libertar-se do vício, você percorrerá o sentido inverso
daquele que o levou à viciação, ou seja, de maior para menor intensidade de
reposição da nicotina. Nesta fase de descondicionamento mental do hábito de
fumar, você reduzirá, gradual e paulatinamente, as quantidades de nicotina
ingeridas, neste sentido:
Presença forte > presença leve > ausência total da
nicotina.
No início, você deverá ter persistência no auto controle e
na atenção constante aos novos conceitos (lembre-se do armistício de paz
condicional). À medida que o tempo passar, fase por fase, você irá se
fortalecer e os efeitos dos sintomas provocados pela abstinência relativa à
nicotina, serão mais suaves e suportáveis.
Pouco a pouco, este "bichinho" será convidado a
retirar-se.
Periodicamente, procuraremos reduzir a quantidade de
cigarros fumada, até o ponto em que largar de fumar, definitivamente, for menos
sofrível.
Este ponto será aquele em que você fumará, com autocontrolo,
uma pequena quantidade de cigarros, durante alguns meses.
Lembre-se de que o seu organismo estará se desintoxicando;
as células em geral estarão mais oxigenadas; o sangue estará sem a presença das
substâncias tóxicas por maior período de tempo; a sua conduta mental será
diferente...
Percorrido este tempo, a sua decisão firme e consciente,
embasada no seu discernimento, terá de ser tomada: - Não fumarei mais nem um
cigarro!
Não pense que não terá vontade, você a terá sim, e muita!
Neste estágio, o seu organismo terá eliminado grandes
quantidades de substâncias, que eram supridas por cada cigarro que fumava. Ele
ficará menos dependente, a sua vontade ficará mais fortalecida, mais capacitada
para romper com o armistício de paz e ir para o combate, expulsando os últimos
"bichinhos" que lutarão para retornar.
Lembre-se de que não há nada exterior a você que fará a sua
vitória.
Você é o seu próprio construtor! Ergue-se! Lute! Vença!
A pessoa humana tem um padrão de pensamentos que induz a
decidir viver sob determinadas opiniões próprias conclusivas (conceitos),
impedindo-a de refletir, de meditar, de considerar outras opiniões, diferentes
das suas.
Este procedimento, inibe as suas faculdades intelectuais de
reflexão, de análise, de ponderação, de moderação, de reconsideração ou de
decisão.
Ela deverá corrigir-se e passar a considerar a problemática
sob outros ângulos de observação, isto é, analisar considerando as opiniões
diferentes das suas, refletindo sob outros pontos de vista.
É, portanto, a reflexão e a meditação que fará com que seja
modificado, corrigido e aprimorado os próprios conceitos, a própria maneira de
pensar, de agir... e, principalmente, neste caso específico, a de lutar para
largar o vício de fumar.
Para tanto, é necessário adquirir consciência sobre o
significado deste hábito. Ao parar de fumar, o fumante deixará de
"abastecer" o sangue com nicotina, única substância que provoca a
dependência química. Em consequência, os níveis dessa substância no sangue irá
reduzir, rapidamente. Reler página 44 e porque não pára de fumar de vez?
Como as células cerebrais específicas, receptoras da
nicotina, acostumaram-se a recepcionar essa substância, a fim de cumprirem com
a sua finalidade específica de neurotransmissores, irão sentir a sua falta e
"reclamarão" para que ela seja resposta no sangue. Surge a vontade de fumar.
Acontece que por não fumar mais, a nicotina não será
reposta, o que provocará nova "reclamação" dos neurónios, e outra
reclamação, e outra ...
Surgirá, então, a crise da abstinência à nicotina, que é a
principal causa que faz com que a pessoa volte a fumar, porque os efeitos ou
sintomas que provocam são muito desagradáveis: mal-estar generalizado, ansiedade
intensa e crescente, insónia, irritabilidade, falta de concentração, dispersão
e agitação.
Portanto, ao parar de fumar provoca-se: ausência da nicotina
no sangue >> Os neurónios a exigem >> ela não é reposta >>
crise intensa de abstinência >> volta-se a fumar.
Eis porque é fundamental adquirir consciência sobre a
atitude de fumar. Ela fará com que o fumante utilize, sem vacilar, a sua força
de vontade para o objetivo de parar, suportando estes momentos difíceis,
sabendo que serão consequentes e passageiros.
Refletindo sobre estes momentos difíceis, verificaremos que
são provenientes dos sintomas da crise de abstinência à nicotina e que não é
possível não passar por eles. Ora, por serem causadores do retorno ao vício,
deve-se procurar aliviá-los até um ponto tal, que se consiga suportá-los para,
em seguida, largar definitivamente do vício.
Os sintomas serão aliviados por causa da reposição
programada da nicotina no sangue, através da própria prática de fumar, somente
aqueles cigarros, cuja vontade provenha da dependência química e de não fumar
os que puderem ser evitados.
Perceba que, ao mesmo tempo, se retira e se repõe a nicotina
no sangue. Por este motivo o autocontrole sobre a sua vontade de fumar é
imprescindível, a fim de progressivamente, eliminar a nicotina e,
regressivamente, repô-la no sangue até o momento derradeiro, no qual a decisão
de parar de fumar terá de ser tomada.
José Carlos Costa
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